quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Fraqueza do macho

“Se tenho que me gloriar, me gloriarei em minha fraqueza.” (2 Cor. 11:30)


Não busco palavras,
Construções perfeitas
Ou sintaxes irrepreensíveis.
Procuro sentimentos.
Sentimentos presentes no meu dia-a-dia
E ocultados pela auto-preservação.

Quero expor as mazelas da minha alma,
Trazer à luz as fraquezas encobertas
E a pobreza do meu coração.

Tenho medo, angústia, tristeza...
Sou inseguro e tenho falta de fé.

Sou fraco em coisas que às vezes
Pareço uma rocha.
Sou forte quando não deveria ser
E por isso sou independente.

Atitudes me faltam
Quando deveria agir,
Ações me atropelam
Quando deveria apenas ouvir.

Tenho necessidade de reconhecimento
E não sei lidar com ele,
Um elogio me desmonta
Tanto quanto não ser elogiado.

Sinto carência de afeto
E medo em demonstrá-lo
As pessoas me assustam,
O contato próximo me apavora.
É difícil abrir meu coração
Expor opiniões é bem mais fácil
Do que expor a si mesmo !

“Miserável homem que sou!
quem me livrará o corpo desta morte ?”

Vou em frente, luto contra mim mesmo
Com socos, tapas e pontapés
Esmurro o homem interior
Até que ele, sem forças para reagir,
Manifeste a verdadeira força que há na fraqueza

E assim sigo a rascunhar os dias,
Por vezes tateando o Infinito efêmero,
Encharcado de humanidade.

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