sábado, 21 de novembro de 2009

Em Você

Desejo imensamente te encontrar,
Cada minuto de ausência é vida perdida,
Desejo intensamente te abraçar,
Cada momento é nada sem o calor do teu corpo.
Teu beijo é doce como o vinho,
E insanamente viciei-me,
Somente tua pele branca
Pode matar a sede que me mata.
Em meus pensamentos se misturam
Imagens e mais imagens suas
A distância, me chama de bobo
Enquanto a saudade vem me consolar.

sábado, 14 de novembro de 2009

À Margem do Caminho

No meio do caminho havia uma lata

Havia uma lata no meio do caminho

O que a lata continha não sei,

Mas nunca esquecerei do momento

Em que num tiro de meta o poeta,

Chutou a lata pra fora do caminho,

Era um chute-metáfora.

No meio do caminho passou o poeta

E à margem permaneceu imóvel a lata.

sábado, 7 de novembro de 2009

Entre o Útero e a Sepultura



Saí da escuridão do útero
Vou para a escuridão da sepultura,
Entre os dois abismos negros,
Num estreito feixe de luz, eu vivo.

Não sem sentido,
Não como se soubesse o real sentido,
Apenas vivo.

Sigo em plena gestação de alguns poucos anos,
Sendo formado a cada dia no útero da vida,
Lentamente, constantemente, integralmente...

Por vezes me sinto incomodado
E chuto o ventre que me acomoda,
Nestes momentos sinto a mão suave
A acariciar-me e a falar com carinho:
- Calma, filho! Falta pouco para você nascer!

Talvez a palavra “Parto”
Seja irmã da palavra “Partir”.

Espelhos de Deus

Deus é luz !

Nós somos espelhos a refletir Sua luz!

Imagino Deus olhando para mim,

Como uma adolescente que se admira diante do espelho.

Mas há espelhos embaçados de banheiro.

Há espelhos de parque

Que distorcem a realidade em patéticas figuras.

Há espelhos quebrados, sujos, malfeitos...

Um bom espelho faz enxergar os homens e sonhar as crianças.

Poesia Reciclada

Amassei o papel em que tentava em vão escrever um poema,

Depois de um tempo o achei jogado no canto do quarto,

Desembrulhei, refiz alguns versos, reciclei algumas palavras

Transformei imagens antigas e brinquei com as velhas idéias...

Nunca jogue fora um poema,

Ele levará uma eternidade para se decompor.

Um poema pode ser reutilizado infinitas vezes.

E assim virar estrume, adubo, semente, caule, galhos,

Folhas, fruto, flor...

e eis um novo poema!

Não jogue fora um poema

Há vida naquele mínimo momento eterno!

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