quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Passarinho

Um sabiá bateu na minha janela
A pancada foi tanta que deixou a marca do passarinho:
Asas, penas, bico... todos os detalhes, 
Como uma gravura de cordel, ficaram lá.

Não soube se o bicho morreu 
Ou se tá vivo por aí,
Mas sei que esteve aqui 
E deu de cara no vidro.

Passei a semana olhando para o desenho
Admirando aquela figura delicada
Até que a chuva levou embora a imagem.

Fico pensando se a poesia
Que vem a dar de cara com minha janela
Não seria como aquele passarinho,
Pois dela eu só vejo a gravura
Estampada numa folha de papel.

E nem sei se ainda vive 
A verdade que gerou aqueles versos
Mas sei que suas marcas estão ali,
Marcas da verdade na minha vidraça de papel
Até que a chuva apague.

Triste Sorte

Num jardim qualquer,
Entre as pétalas de uma flor
Uma abelha atrasada se debate.

Presa naquela flor insensível
Ela luta a noite inteira,
Se exaurindo até a morte.

Nasce o dia, se abre a flor
E o corpo imóvel do inseto
No vão se decompõe.

Triste sorte da abelha
Morreu nos braços do seu amor.

Tem Dias

Tem dias que nascem sombrios
O corpo parece que não acorda,
Apenas vaga, levado por não sei o que.

Tem dias que nem o sol ilumina
As nuvens estão por dentro
Congelando qualquer sentimento.

Tem dias que só mesmo Deus
Para tirar poesia desse monte de pedras!

Tem dias que só mesmo Deus!

Hoje

Cantarei   
Minha
Música

Onde
Houver
Silêncio

Neste
Breve
Momento,

Entre
Ontem
E amanhã.

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...