sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Os Passáros da árvore centenária

Começo de tarde, mais uma vez os pássaros se reuniam à sombra da árvore centenária.
Ouvia-se cantos diversos, de versos que faziam cosquinha nos ouvidos. Ouvia-se cantos alegres, cantos tristes, cantos cheios de ironia... e uma chuva de poesia encharcava nossas almas.
Fim de tarde, um pássaro mais agitado resolveu chamar seu bando para voar em outro prado, lá pro lado dos Quintanares, onde tinha cheiro de erva-doce e alecrim.
Chegando lá, o belo prado já estava ocupado por outro bando de pássaros, um pouco diferente daqueles, mas que também celebravam a vida ao som do flautim.
Assim os pássaros canoros continuaram voando, para lá e para cá, a procura de um novo canto para passar a noite.
Sem grande sucesso, um a um, os pássaros mais cansados foram desistindo, até sobrarem apenas três, que quando deram por si haviam voltado à arvore centenária de origem.
Mesmo em canto conhecido os três ainda puderam com surpreendente encanto, presenciar o desfile de aves-do-paraíso que chegavam arrumadinhas e tremeluzentes para mais um baile de gala na floresta.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Tecla Esc

Por toda escuridão que cai como escama sobre os olhos,
Por toda esquizofrenia que escava e escraviza a mente.
Por toda excreção que escapa, escarra e escorre
Neste rio de escatológica humanidade.

Por tudo que é escroto, escabroso, escondido e esquisito,
Por tudo que é esculachado, esculhambado e excluído
Que escamoteia, que escalavra, que escandaliza,
Que escancara, que escangalha, que escapole pro escanteio.

Por tudo isto escrevo,
Como se a poesia fosse a tecla “Esc”
Para todos os males da vida.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Nada

Nada pra dizer...
(Palavras soltas)
Nada pra escrever...
(Versos mortos)
Nada pra cantar...
(Voz rouca)
Nada pra pensar...
(Ânsia louca)
As vezes o nada é tudo!
As Vezes o nada é tudo o que tenho.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Poesia X Lógica

A Poesia nada mais é do que uma falha da mente lógica. Uma falha que acaricia ou esmurra os nossos sentimentos.
Quando eu digo o mais banal “mar de rosas” , sei que isto é ilógico, mas digo sonhando com a existência de tal mar, só para mais tarde poder dizer:
“...E por viver num mar de rosas
Além de estar todo arranhado,
Quase que morro afogado!”

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Cinco

Cinco sentimentos
Negros, brancos ou sem cor,
Com cores frias e quentes
Que excitam a retina.

Cinco sentimentos
Com cheiro de humanidade,
(Às vezes insuportável!)
a embriagar minhas narinas.

Cinco sentimentos
De gosto doce, salgado e amargo
Tudo ao mesmo tempo
Grudando no céu da boca da mente.

Cinco sentimentos
Que irritam e afagam a pele
Como carícia suave
Ou como chute entre as pernas.

Cinco sentimentos
Pois entre o silêncio que incomoda o ouvido
E o barulho que faz a paz
Existe música.
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