quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Passarinho

Um sabiá bateu na minha janela
A pancada foi tanta que deixou a marca do passarinho:
Asas, penas, bico... todos os detalhes, 
Como uma gravura de cordel, ficaram lá.

Não soube se o bicho morreu 
Ou se tá vivo por aí,
Mas sei que esteve aqui 
E deu de cara no vidro.

Passei a semana olhando para o desenho
Admirando aquela figura delicada
Até que a chuva levou embora a imagem.

Fico pensando se a poesia
Que vem a dar de cara com minha janela
Não seria como aquele passarinho,
Pois dela eu só vejo a gravura
Estampada numa folha de papel.

E nem sei se ainda vive 
A verdade que gerou aqueles versos
Mas sei que suas marcas estão ali,
Marcas da verdade na minha vidraça de papel
Até que a chuva apague.

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